9/20/2016

PERFECT ILLUSION E O DESERTO BALL TOUR: A MAIOR ROCKEIRA QUE VOCÊ RESPEITA


Nós não estávamos brincando quando dissemos que Lady Gaga estava voltando para acabar com a sua vida. Claro que dessa vez ela voltou de shortinho e cropped, mas talvez isso seja o mais excêntrico para uma artista que já fez estreias com um raio pintado no rosto, saltos gigantescos desenhados por Alexander McQueen, ovo gigantes e pierrot-pop-art-dos-applausos. E como o próprio lead-single do Joanne sugere, tudo foi uma perfeita ilusão - da música ao videoclipe.

Ser um fã-site as vezes nos coloca em certas posições estigmatizadas de grandes impasses: temos a tarefa de divulgar e enaltecer o trabalho da nossa diva inquestionavelmente como sempre sendo uma obra divina e impecável? Talvez para alguns sim, mas para o Electric Chapel opinião conta, e isso já joga fora qualquer tentativa de supor uma neutralidade de visões por aqui. 

Isso significa que achamos "Perfect Illusion" ruim? Não. Em muitos sentidos, estamos positivamente surpresos com essa nova sonoridade para o Joanne, pois justamente abre um leque de possibilidades musicais para a Gaga que ampliam nosso conceito sobre o que deve ou não ser pop. Ponto pra ela, e ponto pra nós - que já podemos ir pras baladinhas underground de rock felizes em esperar alguém rodando um microfone no ar enquanto rebola ao som de "Perfect Illusion". Imortal para os alternativos.

Ah, então você AMARAM o videoclipe, é?! Sim e não. Veja bem, não é um clipe ruim ou alguma obra que mancha a discografia da Stefani (também Lady, também Gaga, também Joanne). O conceito está ali: a moça vaga pelo deserto em seu carro (porque a mana precisa enaltecer sua carteira de motorista recém adquirida) ouvindo um rock-pesadão-Avril-Lavigne louca dos ~tóchicos~ enquanto começa a ter alucinações com a maior rave que você respeita e queria estar. Os jogos rápidos de câmera que chegam a dar vertigem em alguns momentos também são uma ótima sacada para fazer entrar no ritmo contagiante do single. Mas...

Poderia ter sido melhor? Talvez. Lady Gaga nos acostumou mal ao esperar grandes produções de dez minutos ou mais, com incontáveis trocas de figurinos e um enredo abarrotado de conceitos que nos deixam semanas a fio tentado desvendar cada frame e cada posição de um objeto no cenário, embalados numa coreografia que vira tendência nas baladas da vida. Isso nos fez esquecer da moça que lançou obras como "Just Dance" e "Poker Face", obras simples e geniais que ajudaram a alavancar o sucesso incontestável de seus hits.

Não amores, não estamos desapontados. Todos queríamos a mana num saltão num videoclipe cheio de conceitos dirigido por Steven Klein, mas essa não é proposta. Pelo menos não por agora. Parem de questionar o orçamento do videoclipe dirigido por Andrea Gelardin e Ruth Hogben - ou vocês acham que toda essa estrutura no meio do nada e os efeitos da câmera foram feitos com tendas e TekPix? Aproveitem a qualidade musical inquestionável do material que a moça está nos oferecendo, pois tenho certeza que você vai acabar descobrindo momentos memoráveis no meios dessas perfeitas ilusões (ok, tenho que começar a controlar esse trocadilho).

Assista ao videoclipe de "Perfect Illusion" e se joga na balada com a palavra do novo testamento do rock/country/pop/o-que-você-quiser:


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